sábado, 2 de maio de 2015

POPULAÇÃO É CONTRÁRIA À CRIAÇÃO DE RESERVAS EM APUÍ



APUÍ – AM - A consulta pública sobre a proposta de criação de reservas e parques na região de Apuí tem como objetivo principal engessar o desenvolvimento sócio econômico de nossa cidade. Este é o entendimento dos moradores da zona urbana, da zona rural e comunidades tradicionais que terão suas terras sobrepostas pelas reservas que poderão ser criadas.


Os técnicos do ICMBio apresentaram um relatório "técnico" que apontam erros grosseiros, principalmente de localização geográfica. Apuí esta na região Sudeste e não na região Sul do Amazonas. Jamais neste setor teve produção de soja, o setor madeireiro vem se regularizando ao longo dos anos e já conta com dezenas de milhares de hectares de manejo florestal regularizados, o setor da agropecuária conseguiu ampliar a criação de gado por hectare sem avançar na floresta, o cultivo de café, guarana e culturas perenes aumentaram sua produção sem afetar o meio ambiente na região.

A consulta foi realizada no Centro de Multi Uso e não na quadra poliesportiva do Centro Educacional Padre Falieiro como estava previsto em edital, não houve informes sobre a consulta pública, tudo foi feito às pressas. As autoridades só foram informados sobre a consulta às 19 horas da sexta feira e devido à isto não foi possível mobilizar a sociedade para comparecer ao local.

Não é a primeira vez que isto ocorre em Apui, porém desta vez a população presente apresentou dezenas de argumentos contrários a criação de reservas. Um dos principais argumentos é de que não foi apresentado na proposta as coordenadas e polígamos, que áreas de projeto de manejo e propriedades rurais serão sobrepostas.

Setenta e seis por cento do território de Apuí já é constituido de reservas, parques e florestas nacionas. Ao todo foram destinado apenas vinte e quatro por cento do territorio para reforma agrária e fundiária sendo que pela legislação atual 80% destas áreas devem obrigatoriamente ser preservadas. Apuí é um dos municípios que mais aderiu ao CAR (Cadastros Ambiental Rural) e que apenas três por cento das terras destinadas à agricultura foram usadas até o momento.

Projetos de pesquisas e áreas de extração mineral serão afetados com a criação de reservas no território municipal. Para a surpresa dos presentes quem doou as áreas de terras da união para o ICMBio foi o MDA (Ministério de Desenvolvimento Agrário) que ainda não terminou o projeto de regularização agrária e fundiária, este processo vem se arrastando à anos. Ninguém cuida e preserva melhor do que àqueles que vivem na terra a dezenas e centenas de anos, uma comissão composta de autoridades e representantes de classe estão formulando uma contra proposta à entidade.

Algumas das sugestões dos presentes foi que o ICMBio fizesse um estudo de impacto sócio econômico nos setores afetados pela reservas. Que o MDA termine primeiro a regularização agrária e fundiária, que os institutos ambientais em especial o ICMBio conclua os termos que foram assumidos quando outras reservas e parques foram criados na região. Que a faixa seja de pelo menos 50 quilômetros do eixo da rodovia Transamazonica - BR 230, que audiências publicas sejam realizadas nas comunidades tradicionais e em todos os setores (vicinais) afetados, entre outros.

Fonte: Vanderlei Alves - ApuiOnLine

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