Na manhã da última
quarta-feira, 17/06, o Distrito de Santo Antônio do Matupi, que fica no KM 180,
da BR-230 (Transamazônica) recebeu uma operação conjunta deflagrada por
Policiais Civis da Delegacia Interativa de Humaitá, comandados pelo delegado
Marcus Rezende, e Policiais Rodoviários Federais do Núcleo de Operações
Especiais (NOE), sob o comando do inspetor Getúlio Azevedo.
Foram efetuadas
várias prisões e apreensões, dentre elas, mais uma vez, foi presa a senhora
indígena Lúcia da Silva Lacerda, a “Lúcia do 180”, conhecida
traficante de drogas com forte atuação na região.
Além do flagrante
dos crimes de Tráfico de Drogas e Associação para o Tráfico de Drogas, “Lúcia
do 180” também foi flagranteada pela prática dos crimes de Posse Ilegal de Arma
de Fogo de Uso Proibido, Rufianismo, Exploração Sexual de Menores e Crimes Ambientais
contra a Fauna.
Ao chegarem à residência da conhecida traficante, os policiais a
encontraram sentada em sua varanda vendendo seus entorpecentes, portando várias
porções de crack. Junto havia mais dois homens e uma indígena de apenas 17
anos, que, segundo informações, era explorada sexualmente pela traficante
Lúcia, em sua boate erótica chamada “Esquina Country”, que não tem alvará de
funcionamento. No local, mulheres maiores e menores cobravam pelos programas
entre R$ 50 a R$ 150.
Dentro da
residência de Lúcia foram encontrados: um revólver calibre 38, com numeração
raspada e cinco munições intactas; farto material para embalar drogas, cobras
mortas dentro de potes de vidro; patas decapitadas de jacarés, além de quatro
enormes televisores em LED, um PlayStation 4, vários eletrodomésticos e dez
botijas de gás, cujas origens Lúcia não soube explicar nem mesmo apresentou as
notas fiscais de compras.
“Nós já havíamos
planejado entrar no Km 180, pois precisávamos investigar em que condições
ocorreu um homicídio, no domingo (31) retrasado. Porém, durante a madrugada
desta quarta-feira (17), uma das ‘mulas’ de Lúcia foi presa e a coisa tomou uma
proporção maior do que imaginávamos. Tudo que o traficante relatou acabou se
confirmando. Na cidade, recebemos ainda denúncias de veículos clonados e outros
documentação e motores adulterados”, disse o delegado Marcus Rezende.
Quando chegaram a
uma serraria da cidade, em busca de informações sobre a denúncia que haviam
recebido, de uma caminhonete com adulteração do motor, os policiais ficaram
espantados com a enorme quantidade de veículos cujas procedências eram da
cidade de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, inclusive a própria caminhonete do
motor trocado.
A operação acabou
recolhendo para a Delegacia de Humaitá 4 veículos: uma caminhonete Nissan
Navara, de cor preta e com placas paraguaias BDA 156; um Volkswagen Gol, de cor
branca e placas LQM 8356; uma caminhonete Chevrolet S-10 cabine dupla, cor
prata e placas OGQ 6790 e uma Toyota SW4, também de cor prata e placas KVP
8178, a do motor trocado.
Com o condutor da
Nissan Navara, que foi abordado na altura do Km 150, foram encontrados mais de
R$ 13.500. O motorista, que tem dupla nacionalidade, não soube explicar a
quantidade exata, a origem e o motivo de estar carregando tanto dinheiro. Em
razão de sua condição irregular para trafegar com o veículo paraguaio no Brasil
e da origem inexplicável do dinheiro, Dirley acabou sendo conduzido para a
Delegacia de Polícia Civil de Humaitá, a fim de prestar esclarecimentos.
Segundo o chefe do
Núcleo de Operações Especiais da Polícia Rodoviária Federal, Getúlio Azevedo,
“entre tantos outros crimes, a região do Matupi é um ninho de veículos
furtados, adulterados e clonados. Só não recolhemos mais veículos por falta de
motoristas policiais para os conduzirem até Humaitá. Os proprietários foram
autuados pela PRF e notificados a comprovarem suas regularidades”, finalizou o
inspetor.
As operações
conjuntas entre ambas as polícias vêm dando certo em Humaitá e, por isso,
também se farão presentes em Santo Antônio do Matupi. "Voltaremos várias
outras vezes, com a mesma surpresa, porém com mais efetivo e tecnologia para
passarmos mais dias no KM 180", disse o chefe do NOE.
Fonte: A Crítica
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