Eles, que foram presos na última
quarta-feira (9), deverão engrossar a lista de policiais que foram expulsos da
Polícia Militar por envolvimento com o crime; número chega atualmente a 65
apenas na atual gesrão. A maioria já respondia a processo
JOANA QUEIROZ
O sargento da Polícia Militar (PM) Eimar Magalhães
Ribeiro, o cabo PM José Samuel Spener e os soldados Ronaldo Bacuri Machado,
Nadison de Souza Miranda, Donato Paz da Silva e Williame de Souza Castro
poderão ser exonerados da corporação, segundo informou o comandante da Polícia
Militar do Amazonas, coronel Almir David.
Eles deverão engrossar a lista de policiais que
foram expulsos da Polícia Militar por envolvimento com o crime. Só na
gestão do atual comandante-geral da Polícia Militar, 65 militares foram
colocados nas ruas. “Nós já determinamos que fosse aberto o processo de
justificação para todos eles, já que os mesmos possuem estabilidade, estão
há mais de dez anos na Polícia Militar”.
Os seis militares foram presos na operação
denominada de “Tribunal de Rua”, deflagrada na quarta-feira (9) pela Secretaria
Executiva Adjunta de Inteligência (Seai) e Secretaria de Segurança Pública
(SSP), que prendeu também o delegado Oscar Cardoso e o ex-PM Wanderlan
Fernandes, sob acusação dos crimes de extorsão, tráfico de drogas e associação
para o tráfico.
O comandante informou que o processo de
justificação é instaurado para militares com mais de dez anos atuando na corporação,
onde o investigado passa por uma avaliação de um conselho que é formado por
oficiais. E são esses oficiais que decidem se o militar tem ou não condições de
permanecer na corporação. Esse procedimento ocorre independente do processo
criminal e, segundo David, atualmente, esses procedimentos estão mais
céleres.
Exonerações
No ano passado foram exonerados 42 militares e,
este ano, já foram 23. Segundo o comandante, o número de exonerados diminuiu em
comparação com anos anteriores. Ele atribui o fato às medidas que foram
adotadas, uma delas foi reforçar, junto a comandantes de área, a
responsabilidade pela disciplina dos comandados. O comandante poderá ser
responsabilizado caso não tome nenhuma providência diante da de um desvio de
conduta de alguém.
Entre medidas que o comandante diz ter tomado está
a revitalização da Diretoria de Justiça e Disciplina e a criação do
Policiamento Disciplinar Ostensivo (PDO) em cada Comando de Policiamento
de Área (CPA), onde são escolhidos, entre os policiais, aqueles que têm melhor
desempenho para fiscalizar os outros. O objetivo das medidas, segundo o
comandante, é fortalecer a disciplina, melhorar a fiscalização e agilizar
os procedimentos.
Segundo o comandante-geral, a exoneração dos
militares foi motivada por envolvimento com o crime e a medida é a única
resposta para os policiais que deveriam combater o crime organizado, mas acabam
se envolvendo com ele.
Apesar das medidas adotadas pelo Comando da PM, a
maioria dos policiais que são exonerados conseguem retornar sob força de
liminares concedidas pela Justiça, informou David.
Maioria já respondia a processos
No caso dos policias presos na operação “Tribunal
de Rua”, a maioria já responde a processos na Justiça por homicídio, porte
ilegal de armas e abuso de autoridade.
Donato é o único que tinha ficha limpa. Eimar,
Nadson e Ronaldo Bacury respondem por tentativa de homicídio, William por lesão
corporal, porte de armas e crimes militares, Samuel responde por homicídio e
crimes militares. Nadson responde por crimes militares na 3ª Vara do Tribunal
do Júri e na Vara de Acidente de Trânsito.
Segundo as investigações feitas pela Seai, o grupo
praticava crime de extorsão contra traficantes e tráfico de drogas.
Imagens, escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, além de depoimentos de
vítimas e testemunhas serviram de base para a representação do pedido de prisão
preventiva. As investigações duraram mais de quatro meses e tiveram início após
denúncias feitas por um casal que foi extorquido em R$ 55 mil pelo grupo.
Saiba mais
Na casa dos policiais envolvidos no crime, foram
apreendidos 26 celulares, sete pistolas, 211 munições, duas máquinas
fotográficas, além de cinco carros, entre eles um Honda Civic de cor prata que
estava com restrição por roubo e uso de placa falsa, um computador, dez
pen-drives, dois chips de celular, coletes balísticos e mais de R$ 1 mil em
notas falsificadas
Segundo as investigações, o delegado Oscar Cardos
utilizava a estrutura da polícia para fazer abordagens e extorquir as vítimas.
Fonte: acritica.uol.com.br
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