Adelson Vieira
foto: Jean Santiago
Humaitá (AM) - O acidente envolvendo as balsas Holanda e Mariuá e o empurrador RN-1, aconteceu por volta das 04:30 horas da ultima terça-feira (28/06) nas proximidades da Comunidade Bela Brisa, distante 90 quilômetros do município de Humaitá, Sul do Estado do Amazonas. O imprevisto aconteceu quando a embarcação seguia da cidade de Manaus com destino a Porto Velho/RO com sete tripulantes, dos quais apenas 04 seriam foram resgatados com vida.
Segundo informações de moradores da localidade, no momento da colisão a embarcação virou rapidamente e como era madrugada, apenas ouviram gritos de “socorro”. Os populares relataram que mesmo em meio à escuridão, um dos moradores que ouviu o apelo das vítimas, entrou em uma pequena canoas e em companhia de seu filho remou em direção aos gritos e ainda conseguiram salvar um dos tripulantes.
A Marinha do Brasil, a Capitania dos Portos e Corpo de Bombeiros Militar fizeram buscas no local do acidente com o auxílio de cinco mergulhadores destacados da cidade de Manaus para o local da tragédia. Os profissionais especialistas nesse tipo de situação relataram que a forte correnteza do Rio Madeira, a falta de visibilidade e a grande quantidade de troncos de árvores encontrados no fundo do rio têm estão sendo os principais problemas encontrados.
Corpos encontrados
Na manhã do dia 30 as buscas pelas vítimas foram retomadas e por volta das 10:25 horas foi encontrado o corpo da cozinheira Alcilene Figueira da Silva, 42 anos, e cerca de 20 minutos depois os mergulhadores trouxeram à superfície corpo de Antônio Fragata Viana, 46 anos, comandante da embarcação.
Uma criança de 11 anos de idade, que não teve sua identidade revelada ainda está desaparecida e seria a terceira vítima da tragédia. Os corpos das vítimas seguiram para o Instituto Médico Legal (IML) da cidade de Porto Velho, de onde serão conduzidos para a capital Manaus.
Muito abalado com o acidente, o dono da embarcação, Alcy Hagge, que a equipe que foi vitima trabalhava com ele há 30 anos e que eram de fundamental importância para a empresa. “Esse foi o primeiro acidente que tivemos com vítimas fatais. Navegar no Rio Madeira na época da seca não é tarefa fácil, porém, a falta de sinalização nos preocupa bastante a cada viagem, por isso acredito que com a fiscalização da Marinha do Brasil tudo irá melhorar”, disse Hagge.
Difícil navegabilidade
O Rio Madeira liga o Amazonas e Rondônia ao resto do Brasil. É a principal via de tráfego de grandes embarcações, que transportam bens e mercadorias de vários Estados brasileiros para cidades da região Norte que carecem de vias terrestres, como o Amazonas. Apesar da importância para a economia regional, o Rio Madeira também é conhecido pela difícil navegabilidade, devido à forte correnteza e o surgimento de bancos de areia, pedras, troncos e raízes de árvores arrancadas pela força das águas que fazem com que os comandantes de embarcações, tenham bastante atenção e cuidado ao navegarem por este rio.
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