terça-feira, 4 de junho de 2013

TSE DEIXA DE JULGAR AÇÕES E BENEFICIA EX-PREFEITOS E EX-PARLAMENTARES DO AMAZONAS



Demora nos julgamentos ocorreu pelo grande volume de processos recebidos pelos ministros.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) perdeu o prazo e deixou de julgar 26 processos – entre recursos, representações e ações de investigações judiciais eleitorais (AIJEs) – de ex-prefeitos e ex-parlamentares do Amazonas.

Com mais de quatro anos tramitando na corte superior da Justiça Eleitoral, mesmo que decisões sejam desfavoráveis aos ex-prefeitos, as cassações já não são mais aplicáveis uma vez que eles já não exercem os mandatos questionados pelo Ministério Público Eleitoral (MPE).
Entre os recursos que tentam reverter decisões do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) estão os de ex-prefeitos e ex-parlamentares de Barcelos, Coari, Humaitá, Itacoatiara, Manacapuru, Lábrea, Manicoré, Maués, Nova Olinda do Norte, Presidente Figueiredo e Manaus.
Um dos casos é o ex-prefeito de Manaus Amazonino Mendes (PDT), e do então vice-prefeito Carlos Souza (PSD), eleitos em 2008. Eles foram cassados pela juíza presidente do pleito, Maria Eunice Torres, por compra de votos e captação ilícita de recursos, mas continuaram nos cargos por decisão do TRE
O ex-procurador regional eleitoral, Edmilson Barreiros, recorreu ao TSE em fevereiro de 2010. Segundo o MPE, na véspera da eleição de 2008, Amazonino Mendes distribuiu 419 requisições de combustível nas quais estava escrito ‘Eleições 2008 – Amazonino Mendes’, além de cabos eleitorais distribuindo adesivos nos postos de combustíveis.
O flagrante foi feito pela Polícia Federal e pelo então presidente do TRE, desembargador Ari Moutinho. “A própria defesa do prefeito admitiu que a entrega do combustível foi realizada como restituição simbólica de parte da gasolina gasta em apoio voluntário à candidatura”, disse Barreiro à época.
De acordo com o sistema de Acompanhamento Processual do TSE, o recurso ingressado pelo MPE está parado no gabinete do ministro Henrique Neves desde novembro de 2012. A assessoria jurídica do ministro informou que ele não irá se manifestar sobre a movimentação do recurso, mas disse que não há previsão para julgamento.
Tramitação lenta
A assessoria de comunicação do TSE informou que não há prazo para tramitação dos recursos ou processos dentro do tribunal. Segundo a assessoria de comunicação, a demora nos julgamentos ocorreu por conta do grande volume de processos recebidos por cada um dos ministros.
A assessoria argumentou ainda que ‘manobras’ jurídicas de advogados de defesa, como pedido de vista dos autos para cópia ou troca de advogados, atrasam a tramitação processual e independem da ‘vontade de julgar’ dos relatores.
Além do recurso contra a expedição do diploma do ex-prefeito Amazonino Mendes, o TSE tem de analisar ainda pelo menos outros quatro recursos do MPE contra decisões do TRE em AIJEs e representações por conduta vedada
Entre os casos está o do ex-prefeito de Itamarati, João Medeiros Campelo (PMDB). O MPE foi até o TSE denunciar o ex-prefeito por crime eleitoral por transporte de eleitores às vésperas da eleição de 2008.
O recurso chegou ao TSE em abril de 2012 e estava sendo relatado pelo ministro Gilson Dipp. Com o término do biênio do ministro, o recurso foi redistribuído em setembro do mesmo ano e está sob a relatoria de Laurita Vaz.
Carijó e Tayah tentam anular decisão local
O TSE deve julgar ainda os recursos ingressados pelos vereadores Luiz Alberto Carijó (PDT) e Isaac Tayah (PSD) contra o MPE. Eles tentam reverter a rejeição nas prestações de contas da campanha para as eleições de 2008.
Na espera pelo julgamento dos recursos, os vereadores terminaram o mandato, disputaram as eleições de 2012 e foram reeleitos por mais quatro anos.
Ronaldo Tabosa também aguarda o julgamento de uma Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (Aime) contra o ex-vereador Jefferson Anjos (PV) ainda referente às eleições de 2008.
Tabosa acusa Jefferson Anjos de abuso de poder econômico, ‘caixa 2’, além de corrupção durante a campanha. O Aime está sob relatoria do ministro Henrique Neves e com vistas ao MPE desde o maio.

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