domingo, 12 de janeiro de 2014

‘CASO TENHARIM’: 26 DIAS DEPOIS...



Por: Elias Pereira
Em 16 de dezembro de 2013, três cidadãos BRASILEIROS, profissionais dedicados em suas respectivas áreas, desapareceram quando trafegavam pela BR-230 (Transamazônica), nas cercanias de terras da etnia indígena Tenharim, uma das muitas que povoam aquela região amazônica.


O episódio despertou naturalmente a preocupação dos familiares, que, em princípio usaram do que dispunham no momento, para tentar localizar os três desaparecidos, naturalmente - dada a história pregressa - já temendo o pior, enquanto os Tenharins, seguiram sua rotina, negando qualquer envolvimento, como aliás, o fazem até hoje, 26 dias depois.

O desaparecimento dos três BRASILEIROS em terras indígenas foi o estopim que fez aflorar uma série de descontentamentos latentes, dentre eles, a inércia da FUNAI, a cobrança imposta a todos quantos se utilizam da BR-230, o chamado ‘pedágio’, a forma esnobe e até arrogante como muitos indígenas se comportavam em meio aos brancos, etc.

De um pacífico movimento familiar em busca dos BRASILEIROS desaparecidos, o descontentamento de centenas de usuários da Transamazônica, que diariamente se utilizam daquela Rodovia pelos mais diversos interesses, descambou para uma tragédia há muito anunciada, quando a revolta popular mirou seu arsenal na direção específica de endereços relacionados aos indígenas, destruindo-os.

No dia 25 de dezembro, as luzes de natal em Humaitá, foram totalmente ofuscadas pelas enormes labaredas do fogaréu que consumiu veículos, um barco e dois prédios. Isso tudo, nove dias após o desaparecimento dos três BRASILEIROS e sem a família ter qualquer informação confiável.

Por se tratar do suposto envolvimento de uma “classe especial de brasileiros”, as forças federais entraram em ação e Humaitá se tornou o centro das atenções, atraindo centenas de homens das Polícias Federal, Rodoviária Federal, Força Nacional, além do Exército e da Polícia Militar do Amazonas, já atuantes no município.

Em princípio, todo esse aparato, que envolve centenas de militares, veículos, helicópteros e a presença constante em Humaitá de autoridades de alta patente, visa a um único objetivo: encontrar os três BRASILEIROS desaparecidos, o que até então, 26 dias depois, não aconteceu.

O que de fato motiva a presença de tanta gente fardada em Humaitá e em terras Tenharins? Por que a grande imprensa, como Rede Globo, Rede Record, Jornal A Crítica, dentre outros, direcionaram seu trabalho em uma abordagem “quase oficial”, focando os indígenas, em detrimento dos três desaparecidos BRASILEIROS?

Do ponto de vista de quem acompanha de perto a questão, tem-se a nítida impressão de que os indígenas estão sendo vistos como inocentes e indefesos selvícolas, que precisam desesperadamente da presença imponente e até repressora do Estado, para não serem ‘banidos da face da terra’, o que é um profundo engano.

Engano também é a fantasiosa conclusão de alguns “jornalistas”, que, não pouparam esforços para tentar denegrir a imagem da pacata e ordeira cidade de Humaitá, cuja importância histórica e geográfica para o Brasil e para o mundo, fala por si.

Há que se considerar que há décadas, unem-se entre si, brancos e índios, as escolas urbanas são frequentadas pelos indígenas, eles dirigem carros e motos, viajam de avião, muitos frequentam universidades como UFAM e UEA, candidatam-se a cargos eletivos, votam como qualquer brasileiro, gostam d’umas ‘biritas’, manuseiam celular e tablet, usam jeans e tênis da moda, conhecem muito bem a moeda brasileira, enfim, vivem e convivem na sociedade branca.

Em que pese a justa e necessária preocupação com as garantias constitucionais dos indígenas e de todos os brasileiros, pender a balança para qualquer dos lados, será em última análise, um inominável equívoco que só servirá para acirrar os ânimos e distanciar ainda mais uma possível solução.

Por fim, quando tanto e de tantos assuntos já se falou, espera-se avidamente, 26 dias depois, uma resposta oficial, quanto ao paradeiro dos três BRASILEIROS!

fonte: Assessoria PMH

Nenhum comentário:

Postar um comentário