Confirmada a morte
cerebral de Santiago Andrade, atingido por um rojão na cabeça enquanto
registrava manifestação contra o aumento da passagem de ônibus no Rio, na
última quinta-feira; violência do movimento de mascarados Black Blocs traz sua
primeira vítima fatal; em entrevista neste domingo, Arlita Andrade, mulher do
cinegrafista da Bandeirantes, disse que autores do disparo "não têm
amor" e que será difícil perdoar aqueles que "destruíram uma
família"; como agirão agora os governantes para não serem coniventes com a
impunidade?
Rio 247 – Foi confirmada nesta
segunda-feira 10 a morte cerebral do cinegrafista da Bandeirantes Santiago
Andrade, atingido por um rojão na cabeça enquanto fazia a cobertura de um
protesto contra o aumento da passagem de ônibus no Rio, na última quinta-feira
6. A informação foi dada pela equipe de neurocirurgia do Hospital Municipal
Souza Aguiar, onde ele estava internado no Centro de Terapia Intensiva.
O cinegrafista de
49 anos, que teve afundamento do crânio e perdeu parte da orelha esquerda, foi
submetido a uma cirurgia para diminuir a pressão craniana, assim que chegou ao
hospital. No sábado, uma tomografia comprovou que a hemorragia havia sido
controlada, mas o estado de saúde do cinegrafista piorou.
Santiago é o
primeiro cadáver do movimento de mascarados Black Blocs, que durante
manifestações populares, que muitas vezes começam de forma pacífica, destroem o
patrimônio público e privado, utilizam artefatos explosivos contra a polícia e
escondem seus rostos enquanto praticam esses atos. Geralmente são detidos, mas
sempre soltos em seguida.
Com a morte de
Santiago Andrade, como irão agir os governantes contra esse grupo,
autointitulado anarquista? Haverá maior rigidez na política de segurança contra
quem estiver mascarado durante um protesto? Essa é uma proposta polêmica e que
deve ser cobrada para que não saiam impunes os responsáveis pela morte do
cinegrafista da Band.
Leia abaixo
reportagem anterior do 247 reproduzindo a entrevista da esposa de Santiago,
Arlita Andrade, concedida neste domingo à TV Globo:
"Eles
destruíram uma família", diz mulher de cinegrafista
A mulher do
cinegrafista da Bandeirantes atingido por um rojão na cabeça enquanto cobria
protesto no Rio, Arlita Andrade, disse que é difícil perdoar "aqueles que
destruíram uma família". "Perdoar? Meu marido está indo embora, eles
destruíram uma familia. Uma família que era unida, muito unida mesmo",
desabafou, em entrevista à TV Globo
Segundo ela,
"os médicos disseram que o estado dele é grave, disseram de manhã [no
domingo] que teriam desligado os aparelhos porque estavam somente aguardando ou
milagre ou a morte cerebral". Santiago Andrade, que está internado no CTI
do Hospital Souza Aguiar, no Rio de Janeiro, ajudou a criar os três filhos de Arlita
e juntos tiveram uma filha. Segundo a esposa, ele fazia planos para a
aposentadoria.
Sobre a entrevista
de Fábio Raposo, preso após ter assumido passar o rojão para o responsável pelo
disparo que acertou Santiago, ela comentou: "Eu vi ele pedindo desculpa,
mas acho que o que falta neles é o amor, o amor pelas pessoas, porque a gente
não faz isso. Ele disse que foi sem intenção. Que seja, mas meu marido estava
trabalhando, estava mostrando uma manifestação".
Abalada, ela fez
um apelo para que as pessoas não usem mais da violência em manifestações.
"Eu peço que essas pessoas não sejam violentas, que não façam isso. Isso
não vai levar a nada. O nosso Brasil só vai ser mal visto, ninguém vai querer
olhar depois para a nossa terra. Eu espero que esses rapazes pensem na mãe,
pensem na família, que a família é tão importante. Meu marido está indo embora,
podem ser outros, pode ter outra família que pode ser destruída com isso",
disse.
Fonte: www.brasil247.com
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