Promotores ouviram supostas novas
vítimas do gestor de Coari.
Tribunal de Justiça recebeu denúncia e afirmou que vai tomar providências.
Adneison Severiano Do G1 AM
O Ministério Público do Amazonas (MPE-AM) pediu a prisão preventiva do prefeito
de Coari, Adail Pinheiro (PRP), suspeito de pedofilia. A denúncia foi enviada
ao Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) nesta sexta-feira (7).
Além de
Adail, outras seis pessoas, entre elas servidores públicos, também foram
denunciadas pelo MP por formação de quadrilha, exploração sexual de crianças e
adolescentes e estupro de vulnerável. O órgão quer ainda o afastamento de Adail
da Prefeitura de Coari, município a 363 quilômetros de Manaus. Os supostos
casos de pedofilia em Coari vêm sendo revelados em reportagens do programa Fantástico, da Rede Globo, desde o mês de janeiro.
O
procurador-geral de Justiça do MPE-AM, Francisco Cruz, informou que o órgão
ofereceu denúncia e propôs a ação penal após a conclusão das últimas
investigações do caso. De acordo com Cruz, o documento, de 48 laudas, foi
baseado na materialidade e autoria dos crimes. "A denúncia busca garantir
a ordem pública e evitar que novas pessoas sejam novas vítimas e devido ao
indícios de ameaças contra testemunhas", disse.
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Por ser
prefeito, Adail tem foro privilegiado, o que levou o MP a enviar a denúncia
direto para o Tribunal de Justiça do Amazonas,
já que a denúncia não pode ser analisada na Vara de Coari.
Segundo o
procurador-geral de Justiça, no dia 27 de dezembro de 2013, o MPE recebeu
denúncias de violência sexual contra menores de idade envolvendo o nome de
Adail e de outras pessoas. As denúncias geraram inquérito, o que levou o prefeito de Coari a ser
ouvido pelo MP no dia 29 de janeiro deste ano.
No início
desta semana, representantes do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime
Organizado (Gaeco) e o Centro de Apoio Operacional de Combate ao Crime Organizado
(Caocrime) foram a Coari ouvir supostas novas vítimas e testemunhas. Conforme
Francisco Cruz, a principal vítima do prefeito seria uma menina de 14 anos para
a qual o Ministério Público pediu proteção. Durante visita a Coari, os
promotores não encontraram a adolescente no endereço informado ao MP,
impossibilitando o cumprimento da medida protetiva.
Sobre o
pedido de intervenção em Coari protocolado por deputados do Amazonas junto ao
MP, Cruz afirmou que deve se pronunciar na próxima semana. Em relação indícios
de morosidade que levou ao arquivamento de um processo de improbidade
adminstrativa envolvendo Adail, o procurador afirmou que quando os responsáveis
forem indentificados, serão punidos. "Quando o Conselho Nacional de
Justiça esteve pela última vez em Manaus, solicitei ao conselheiro Gilberto
Martins que encaminhasse um ofício pedindo que as responsabilidades fossem
apuradas no âmbito do Ministério Público Estadual", afirmou.
Ao G1, o Tribunal de
Justiça do Amazonas (TJAM) confirmou que o presidente do órgão, Ari Moutinho,
recebeu a denúncia com o pedido de prisão preventiva e demais requerimentos do
MP nesta sexta (7) . De acordo com a assessoria, o desembargador determinou,
"com urgência", a distribuição dos autos. O relator da denúncia ainda
não foi anunciado. Caso seja aceita, a denúncia deve tramitar em segredo de
Justiça.
Novas denúncias
Logo após concluir a coleta de novas denúncias contra Adail, o promotor responsável pelo caso, Fábio Monteiro, informou ao G1 que as supostas novas vítimas eram crianças com idade entre nove e 11 anos.
As
abordagens, de acordo com o MP, também eram feitas por servidores públicos.
"Segundo vítimas e familiares ouvidos, servidores, a mando do prefeito,
ofereceram diversos bens, como casas, terrenos e dinheiro em troca das
meninas", revelou o promotor.
(*Colaborou
Camila Henriques, do
G1 AM)
Fonte: g1.globo.com/am
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