quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

DESSA VEZ, O LEIGO PODE TER RAZÃO

Humaitá-AM. Um senhor aparentando uns 70 anos, caminhando do centro da cidade para o bairro de Santo Antonio, olha a professora que observava fixamente a construção do porto flutuante de Humaitá e diz;
“Professora, eu sou um analfabeto, pouco sei de construção seja ela qual for, mas só sei que aí, não é lugar pra fazer porto com balsa, bem de frente para a curva do rio, e, se descer uma samomeira (Sumaumeira) ou um açacuzeiro, ou ainda formar um grande balseiro leva essa balsa com tudo!”

O comentário feito ali deixou a professora com dúvidas e se sentiu mais leiga ainda do que aquele senhor.
E hoje sem questionar a engenharia tal qual o senhor, ainda zoa como dúvida na cabeça da professora.
Acontece que o rio Madeira, como escrevi em meu livro “Os Recreios os ônibus da Amazônia” é um rio em formação e o volume de suas águas caudalosas e barrentas, torna-se muito velozes, é rio Madeira por causa das árvores, troncos (madeira) que descem arrastando tudo que estiver em sua frente.

Não vamos aqui questionar a obra ou o local, talvez pela profundidade, sei lá, não sou especialista, mas as águas do rio Madeira são impiedosas e um porto de frente para curva do rio é exatamente um grande desafio a natureza.
Quando olhamos toda aquela estrutura de ferro (acredito que seja) podemos imaginar nada pode destruir e de todo coração, espero que não mesmo! Porem, algumas historias precisam ser relembradas todas no Município de Humaitá;

01- O igarapé de Três Casas de tanto o barranco desmoronar, já mudou seu curso varias vezes, alguns lugares sumiram no leito do rio Madeira.

02- Em Providência existe um ferro de atracação de navios a mais ou menos 500 metros dentro da mata, o rio já passou por lá.

03- A comunidade de Parafuso caiu toda em menos de algumas horas.

04- E na cidade mesmo, o rio Madeira destruiu o bairro da Arena e por tantas vezes próximo da Igreja Matriz, nada de cobra grande! (como diz a lenda) foram às águas violentas do nosso rio.

Talvez o senhor mesmo analfabeto das letras, seja um sábio de experiência vivida de tantas e tantas remadas na proa de sua canoa subido o rio na luta do bravo contra o bravo.


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Autor: Nã Batista
Fonte: jornal de humaita

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