Relatora da CPI da Pedofilia pediu à
Polícia Federal que proteja mãe e filha menor de idade que denunciaram prefeito
de Coari
LÚCIO PINHEIRO
A relatora da Comissão Parlamentar de Inquérito
(CPI) que investiga a exploração sexual de crianças e adolescentes em todo o
Brasil, Liliam Sá (PSD-RJ), informou, nesta sexta-feira (12), que a CPI pediu
proteção da Polícia Federal (PF) para mãe e filha que denunciaram o prefeito de
Coari, Adail Pinheiro (PRP-AM).
Segundo Liliam Sá, a mãe da menina de 13 anos
entrou em contato com ela para dizer que ela e a filha estavam sob ameaça de
morte em Coari. “A CPI encaminhou hoje (ontem) o pedido de proteção à direção
da Polícia Federal em Brasília. Recebi uma série de denúncias de pessoas que
estavam sendo coagidas na cidade”, disse a relatora.
A relatora informou que, na próxima terça-feira, a
CPI vai se reunir, em Brasília, para dar seguimento aos trabalhos relacionados
ao caso de Coari. “Vamos fazer uma série de requerimentos para aprovar na
reunião. Hoje (sexta-feira), pedimos para a Polícia Federal proteger a mãe e a
filha”, disse Liliam Sá.
Entre os requerimentos que serão votados pela CPI,
a relatora disse que está a convocação novamente para depoimento das pessoas
que a PF não conseguiu localizar no município, na semana passada.
A relatora disse que Anselmo do Nascimento,
ex-funcionário de Adail, e uma adolescente, prima da menina de 13 anos, serão
intimados para prestar depoimento. Os dois negam a versão dos denunciantes.
Eles não foram ouvidos pela CPI, na passagem pelo município, nos dia 8 e 9
deste mês.
Liliam Sá informou que a CPI também vai pedir para
que a mãe da menina que fez a denúncia contra Adail seja incluída no programa
de proteção a testemunhas.
Adail foi denunciado à polícia, em maio do ano
passado, quando ele estava em campanha para retornar à Prefeitura de Coari. Uma
moradora do bairro Santa Efigênia disse que a filha dela, então com 12 anos,
vinha sendo aliciada pela prima, também menor, que queria levar a garota para
ficar com o prefeito.
O prefeito foi intimado para ser ouvido pela CPI,
no dia 9, o que não ocorreu. No mesmo dia, por meio de nota, Adail comunicou
aos membros da comissão que tinha passado por uma cirurgia de hérnia e
encontrava-se internado no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
A presidente da CPI, deputada federal Érica Kokay
(PT-DF) disse que o prefeito vai ser convocado novamente. “O prefeito tenha
certeza que ele vai responder pelos seus atos e punido se se constatar sua
culpa”, declarou a parlamentar.
A secretaria de Comunicação de Coari informou que o
prefeito teve alta no dia 11. A assessoria de comunicação do Sírio-Libanês não
quis dar informações sobre a doença de Adail.
“Respeitando o sigilo médico exigido pelo código de
ética, o Hospital Sírio-Libanês só pode fornecer tais informações diretamente
aos seus pacientes”, informou o hospital.
Advogado nega clima de ameaça
Um dos advogados do prefeito Adail Pinheiro,
Rodrigo Porto, disse não acreditar que as pessoas ouvidas pela CPI estejam
sendo ameaçadas. “Porque isso não reflete o comportamento de nenhum dos
investigados. Eu acredito que seja mais uma tentativa de tumultuar o trabalho
da CPI e da defesa do prefeito”, disse o advogado.
A assessoria de comunicação de Adail Pinheiro
também defendeu que ameaças de violência não fazem parte “dessa e nem da
administração anterior” do prefeito. “A assessoria desconhece esse tipo de
atitude”, informou a Secretaria de Comunicação.
A secretaria disse que o prefeito reúne provas para
responder às acusações contra ele. E apontou indícios de que a CPI é conduzida
por interesses políticos.
“Todos os demais citados na denúncia, que negaram
envolvimento na história, sequer foram chamados para depor. Foram ouvidas
somente supostas vítimas e testemunhas ligadas ao grupo da oposição”, defende a
assessoria, em nota.
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Fonte:
acrítica.com.br
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