A greve comandada pelo Sindicato dos Médicos do
Amazonas (Simeam), na próxima semana, terá novos pontos de concentração, sendo
mantida a seqüência das manifestações em frente ao Palácio Rio Branco, no
centro de Manaus (dia 30) e na sede do Governo do Estado, no bairro da Compensa
(dia 31).
A decisão foi tomada pela diretoria e pelos médicos
em Assembléia Geral Extraordinária na quinta-feira (25). No dia 30 de julho, a
partir das 9h, a categoria estará reunida em frente ao Hospital e Pronto
Socorro 28 de Agosto, onde partirá em carreata para o Palácio Rio Branco, no
centro de Manaus e no dia 31, dando seqüência a greve, o ponto de concentração
será na Maternidade Dr. Moura Tapajós, no bairro Compensa onde os médicos
seguirão em caminhada à sede do Governo Estadual.
Durante os dois dias de greve o movimento será
apoiado pelos residentes (HUGV, HAJ e HNL), acadêmicos de medicina (UFAM, UEA e
UNL), Conselho Regional de Medicina do Amazonas, Associação Médica do Amazonas
e Academia Amazonense de Medicina.
O presidente do Simeam, Dr. Mario Vianna, orienta a
categoria que todos têm o direito de participar da greve, apenas os médicos que
atuam nos serviços de urgências, emergências, maternidades e serviços de
pronto-atendimento SPAs devem exercer suas atividades.
“Os médicos não podem ser proibidos de participar
da greve que foi amplamente divulgada e comunicada a todas as autoridades
competentes, caso isso ocorra o gestor cometerá violação ao art. 6º, §2º da lei
7.783/89 e ao direito constitucional protegido pelo art. 9º da Carta Magna”,
disse.
De acordo com o presidente do Simeam, Dr. Mario
Vianna, qualquer ato que puna o participante da greve pode ser considerado
ilegal e passível de imputação de abuso de poder. “O médico que tem a intenção
de participar da greve instalada não pode ser imputada falta no trabalho,
tampouco poderá ser impedido de se deslocar para o movimento nos dias
estabelecidos. Qualquer ato repressor deverá ser comunicado imediatamente ao
Simeam”, alertou.
Resultado positivo
O primeiro dia de greve, realizado em 23 de julho,
foi positivo para o presidente do Simeam, Dr. Mario Vianna, que recebeu
denúncias de coerção por parte de alguns gestores impedindo os médicos de
aderirem ao movimento.
“Estamos conscientizando o médico que o direito de
greve não pode ser tolhido, ou seja, todos devem aderir ao movimento grevista e
não temer retaliações. Precisamos multiplicar o número de médicos e contamos
com a ajuda de todos”, destacou.
Entidades apoiam greve
O Simeam está convidando e recebendo apoio de
várias entidades ligadas a pessoas portadoras de doenças, que tem dificuldades
em realizar tratamento por falta de medicamentos e estrutura adequada nas
unidades de saúde.
O Grupo de Apoio às mulheres Mastectomizadas da
Amazônia (Gamma), presidido por Oriona Maria Ferreira Ohse, declarou apoio às
bandeiras de luta do Simeam e confirmou presença nas manifestações.
Audiências com Prefeito e Governador
Com objetivo de apresentar ao Prefeito de Manaus e
ao Governador do Estado as principais reivindicações categoria médica, o Simeam
enviou na última quinta-feira (25.07), novos ofícios solicitando audiências nos
dias 30 e 31 de julho, datas que os profissionais estarão em greve.
Deste o início do ano o Sindicato dos Médicos do
Amazonas já enviou mais de seis ofícios, para as duas autoridades, solicitando
audiências. O governador não recebeu o Sindicato nesse período e o prefeito
atendeu por duas vezes a comissão do Simeam, porém parte da pauta de
reivindicações ainda não foi acatada.
Nova assembleia da categoria
No dia 31 de julho, às 19h, o Simeam convoca os
médicos para à Assembleia Geral Extraordinária, na sede do Conselho Regional de
Medicina do Amazonas com objetivo de fazer uma avaliação dos três dias de greve
e discutir a continuidade do movimento.
Denúncias
A Ouvidoria do Simeam também está recebendo
denuncias, que devem ser implementadas durante o período grevista, dos médicos
e da população, sobre as condições de trabalho nas unidades de saúde, falta de
medicamentos e demora na realização de exames por meio de fotos, vídeos ou
textos através do e-mailouvidoria@simeam.org.br e pelos telefones
3651-7798/3308-9313.
Calendário de greve:
Dia 30: Manifestação às 9h em frente ao
Hospital e Pronto Socorro 28 de Agosto, seguida de carreata para Palácio Rio
Branco onde haverá atendimento da Ouvidoria de Saúde do Simeam e protesto.
Dia 31: Manifestação às 9h, em frente à Maternidade
Dr. Moura Tapajós (no bairro da Compensa) e na seqüência caminhada em direção à
sede do Governo Estadual.
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