O menor bebê do Amazonas e o terceiro prematuro extremo sobrevivente do País recebeu alta às 10h de ontem, após passar quatro meses na UTI neonatal do Hospital Maternidade Unimed (HMU), na Constantino Nery. Adria Vitória Rodrigues Sales nasceu de parto normal, no dia 12 de setembro de 2010, no quinto mês de uma gestação de gêmeos, pesando apenas 450 gramas e medindo 29 centímetros.
Teoricamente, hoje ela deveria estar nascendo, e é esse o sentimento dos pais da pequena ao poder carregá-la no colo pela primeira vez.
“Deus é muito maravilhoso e graças a Ele hoje esse milagre está aqui, no meu colo, e nós conseguimos realizar nosso sonho de ser pais”, afirmou a mãe de Ádria Vitória, a dona de casa Edmara de Oliveira Rodrigues, de 27 anos.
O pai, o operário do Distrito, Anderson Cristiano Silva Sales, 25, relembra da luta do casal, que mora no bairro do Armando Mendes, ao cruzar diariamente a cidade para poder ficar alguns minutos com a filha. “Fiquei muito preocupado no início, pois eu tinha saído da antiga empresa em que trabalhava e o plano de saúde só garantia mais um mês de permanência delas no hospital. Graças a Deus consegui ser contratado em uma nova empresa e deu tudo certo. Atribuímos essa vitória primeiro a Deus e depois aos profissionais, que foram maravilhosos. Agora é só alegria”, comemora.
Mas para que o menor bebê sobrevivente do Amazonas pudesse chegar aos 1,825 Kg e 44,5 cm de hoje, muito esforço foi empregado. Adria Vitória passou por muitas complicações clínicas da prematuridade. A irmã gêmea dela, que nasceu logo depois e iria se chamar Adriele Esperança, não resistiu. “Foi dureza perder a Adriele, mas temos que agradecer a Deus pela nossa Vitória. Ser mãe é uma sensação maravilhosa”, afirmou Edmara.
Para a neonatologista e coordenadora da UTI neonatal do HMU, Rossiclei Pinheiro, a pequena superou as expectativas. “Um bebê nascido nessa fase tem menos de 30% de chance de sobreviver. Ela teve todas as complicações: a mãe tinha passado por outras duas gravidez sem sucesso; estava em tratamento para infecção urinária; a gravidez era gemelar, o que levou ao nascimento prematuro extremo, ou seja, com menos de 30 semanas”, explicou.
Tratamento mais humanizado
Durante boa parte do tratamento na UTI, Adria Vitória recebeu oxigênio suplementar para corrigir a idade gestacional. Quando parou de precisar do oxigênio, foi utilizado o método canguru, em que o bebê é amarrado junto ao colo da mãe, recebendo contato direto, o que ajuda a acelerar o processo de recuperação.
O principal alimento utilizado no tratamento foi o leite materno, introduzido por meio de sonda. Depois que já podia respirar, a equipe médica ajudou na relactação da bebê, que hoje já toma o leite materno normalmente.
Ádria Vitória também não terá nenhuma sequela da prematuridade. “Acho que além das novas tecnologias, a humanização no atendimento ajudou muito. A bebê está bem neurologicamente, ouve e enxerga perfeitamente, e isso é o mais importante”, afirmou a neonatologista.
Ádria Vitória também não terá nenhuma sequela da prematuridade. “Acho que além das novas tecnologias, a humanização no atendimento ajudou muito. A bebê está bem neurologicamente, ouve e enxerga perfeitamente, e isso é o mais importante”, afirmou a neonatologista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário