Os 71 integrantes da Bancada Evangélica se articulam para fazer barulho no Congresso e barrar no Legislativo e no Executivo propostas polêmicas como a distribuição de um Kit Gay nas escolas para crianças de 7 a 10 anos.
O mote da primeira mobilização da frente no governo Dilma Rousseff nasceu da proposta de distribuição do dito kit de cartilhas e DVDs contendo informações sobre o universo homossexual juvenil.
O material pretende ser levado a 6 mil escolas da rede pública parceiras do programa Mais Educação. A iniciativa partiu da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), do Ministério da Educação (MEC). O objetivo do kit é combater o comportamento homofóbico nas escolas e reduzir a incidência de bullyng (perseguição) entre jovens que manifestam interesse afetivo por pessoas do mesmo sexo.
A discussão do tema no Congresso é polêmica. Uma reportagem publicada pelo Correio Braziliense/Diario em novembro mostrou como as discussões são acaloradas. Na ocasião, a apresentação de um vídeo na Comissão de Legislação Participativa da Câmara, em que um travesti de aproximadamente 15 anos se apresenta como Bianca, gerou desavenças entre os parlamentares que discutiam o kit de combate à homofobia.
Depois de usar o plenário da Câmara para protestar contra a iniciativa, parlamentares da bancada evangélica mobilizaram cidadãos de todo o país em um abaixo-assinado contra a distribuição do material.
Representantes da bancada também pressionam o MEC, questionando a condução da política de diversidade. "Há um sentimento muito negativo, não só na bancada evangélica, mas nas famílias. Crianças nessa fase de formação não têm estrutura para observar coisas dessa natureza.
Temos nos articulado para barrar esse kit. Nós vamos tentar com o ministro (da Educação) evitar a distribuição do material", diz o deputado Jefferson Campos (PSB-SP).
Se a pasta não ceder, os parlamentares já planejam recorrer à presidente Dilma Rousseff. "Apesar de sabermos que é missão do MEC, nós, que somos da base do governo, podemos recorrer à Presidência. Dilma recebeu dos evangélicos um apoio muito grande no segundo turno. Acreditamos que esse apoio foi fundamental para sua vitória", lembra o deputado.
A bancada evangélica avalia que o material didático de combate à homofobia poderia funcionar como um ´incentivo` à diversidade sexual dos alunos. O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que também integra a frente religiosa, afirma que a reação à política não se caracteriza como homofobia. "Sou a favor do combate à homofobia. Só não se pode transformar certas situações em apologia".
Fonte: CPAD News
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